segunda-feira, 27 de julho de 2009

behemoth – evangelion

É com o nome duma célebre Manga que os Behemoth rompem um silêncio de dois anos. Surpresas, nem vê-las. Continuam a negligenciar a sua fase Black para explorar o caos maligno do Death e, no fundo, mergulhar nos gelados lagos onde têm banhado ultimamente, e que lhes têm garantido um lugar ao sol nas hordes do metal extremo. Valha-nos a brutalidade, aquela de sempre.

É sobretudo isso quando pensamos nos quatro polacos. Riffs que nos atordoam quer pela sua rapidez ou pela sua nebulosidade em tons escuros, uma voz cavernal que mete medo ao susto, ambientes sombrios capazes de nos meter em sentido e uma bateria que se propõe bater os limites do fisicamente possível.
Prego a fundo!
É vertiginosa a descida para o abismo mal carregamos no Play. Os dois primeiros temas dão o mote para um início completamente dominador e, ainda, impressionante pela sua pujança e exuberância. Até pelos refrões prevejo que isto ao vivo seja um massacre. Continuam igualmente místicos e atmosféricos, se comparados com o álbum anterior, e agora até carregam algumas nuances orientais, que poderiam ser mais e melhor aproveitadas para realmente marcarem uma diferença. Esta violência acaba por esmorecer um pouco à medida que o álbum avança. Variações de velocidade são até bem-vindas, mas o som deixa de ser tão impactante e memorizável, e nota-se algures uma menor inspiração na composição de certos temas. No entanto, existem aqui e ali momentos que me deixam sobressaltado, e a coesão continua descomunal. Não me canso da bateria do Inferno e a reacção aos blastbeats e pedaleiras é como que carnal. Uma metralhadora autêntica. O último tema é o único verdadeiramente lento e diferente dos restantes. Mais ambiental que brutal, dá-nos um cheirinho de algo novo, mas que no cômputo geral acaba por ser insuficiente.

Coerentes com o que ultimamente têm feito, os Behemoth dão-nos mais um festival de bestialidade em moldes que já estiveram mais longe de se tornarem esgotados. Por agora, e descomplicando, é Behemoth, é divertido e eu gosto.

0 comentários:

Enviar um comentário