terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

switchtense - confrontation of souls



E porque o nacional também é bom, venho aqui falar do álbum de estreia dos setubalenses Switchtense acabadinho de sair. Já os tinha visto em meados do ano passado e fiquei surpreso com a energia e pujança do som ao vivo, para não falar no bailarico que aquilo se tornou. Pois bem, conseguiram transpor todo esse nervo para este registo.

Após uma intro que pouco ou nada adianta, isto levanta voo para um Thrash impiedoso, com pitadas de Hardcore, principalmente nos refrões. O segundo tema, “Infected Blood”, é uma injecção de adrenalina que nos arregala os olhos de imediato tal é o peso. Excelente início. Sem que haja tempo para mais do que apenas ofegar, “Gallery of Horrors”. O headbang é instintivo. Para mim, o melhor tema do álbum. “Into the Words of Chaos” é nos logo a seguir atirado à cara. Tema mais hardcorense, com um refrão que se agarra à cabeça. O headbang continua. E teima em não parar ao longo de 7 temas restantes, com destaque para “The Descent” e “State of Resignation”. O ponto fraco deste álbum pode estar, no entanto, precisamente aqui. As músicas têm sempre a mesma toada acelerada e estão, no geral, acima dos 4 minutos, o que pode cansar após várias audições.

Nada que belisque em demasiado o valor do álbum. É complicado ficar indiferente à força e peso de alguns temas que aqui se encontram. Dentro da insânia, tudo é coeso, facto que ao qual não deverão ser alheios a competência e técnica dos elementos da banda e a óptima qualidade de produção. Fica-nos a sensação de que não fica nada a dever a lançamentos além-fronteiras do mesmo género. Garantia de prazerosos neckackes.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

19 fevereiro - musicbox lisboa

Comprei bilhete para esta noite sem grandes expectativas na bagagem. As 4 bandas presentes, apesar da sua boa qualidade, não são de todo bandas que oiça com regularidade, e como tal, não esperava muito mais do que encontrar umas caras amigas, beber umas imperiais, e desfrutar de concertos com o mínimo de qualidade. Para surpresa minha, a noite acabou por ser bem mais do que isso.

Não destoando daquilo que já é hábito, a noite começou com uma hora de atraso. Pedindo as devidas desculpas pelo atraso os CDC lá iniciaram o seu concerto. Com a sala ainda a meio gás, os fãs mais acérrimos da banda chegaram-se à frente preparados para soltar alguma da sua energia. Um pouco incomodados pelos problemas que causaram o atraso, e pelas dificuldades técnicas que se notaram, principalmente no som do vocalista, os 4 elementos da banda deram um concerto tímido e excessivamente curto, em que 6 faixas souberam realmente a pouco. Ainda assim, o pouco que se viu e ouviu, abriu o apetite para um reencontro futuro.

Já com a sala mais composta, chegou a vez de Lionheart subirem ao palco. Não constando do cartaz inicialmente apresentado, substituindo Waking the Cadaver, estes rapazes protagonizaram um dos melhores shows da noite. Com um hardcore agressivo, os norte-americanos basearam a maioria do seu set no álbum "The Will To Survive". Como seria de esperar, iniciou-se o caos entre o público da pequena sala da MusicBox, que para surpresa minha, se mostrou conhecedor dos trabalhos da banda. Com um concerto curto mas intenso, os Lionheart cumpriram com o que lhes era pedido. Na minha opinião, uma agradável surpresa.

A terceira banda a actuar foi Freya. Aqui já não estava a jogar no meu campo, e como deu para perceber, também o resto da plateia não estava. Já com algum crédito no panorama internacional Karl Buechner (também vocalista de Earth Crisis), veio até Portugal para apresentar este seu projecto. Sempre a tentar puxar por algum movimento entre público, ainda que sem sucesso, a banda conseguiu um bom concerto. Menos enérgico que o anterior, mas ainda assim capaz de proporcionar um bom headbang entre aqueles que assistiam.

Eis que chega o momento mais esperado da noite. Dos mais novos aos mais velhos, fazia-se sentir o sentimento de ansiedade para que Sworn Enemy subisse ao palco. Mais perfeccionistas, a banda e os seus assistentes dedicaram algum tempo ao sound check para que tudo fluísse da melhor maneira durante concerto. Alguma interacção e brincadeiras entre os músicos e a plateia, fizeram com que os ajustes de som passassem rápido e com algumas risadas à mistura. A sala escureceu e surgiram as primeiras guitarradas. Já toda a gente sabia o que aí vinha. Concerto iniciou-se com aquele que é provavelmente um dos temas preferidos do público, "As real as it gets". Há quem diga que estas faixas devem ser guardadas para o fim, mas sinceramente, o efeito conseguido com esta entrada foi sem dúvida o tónico para a banda avançar para um concerto que tão rapidamente não será esquecido por todos os presentes nessa noite. A ter que resumir o concerto numa palavra, seria completo. A set list apresentada foi bem escolhida, com passagens pelos álbuns mais antigos, onde o hardcore era predominante, até ao álbum mais recente, onde se começa a notar uma maior queda para o metal. Deixaram ainda no ar um cheirinho do novo álbum, que segundo a banda, estará para sair no 1º semestre de 2009. Desde circle pits até algum crowd surf, o público manteve-se incansável, deixando transperecer que Sworn Enemy era a razão pela qual ali estavam. O concerto terminou com um encore a pedido insistente do público, novamente uma faixa antiga, que meteu miúdos e graúdos em alvoroço.

Terminar reafirmando que foi uma noite bem passada, com boas prestações das bandas, e com a correspondência devida do público. Valeu cada um dos 15 euros que custou o ingresso.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

trap them - seizures in barren praise


Opá que moca de álbum! Apesar de já ter saído há uns mesitos só agora tive o prazer de ouvir esta coisinha. Afinal são só 25 minutos de música. Mas 25 minutos que não dão descanso a ninguém. Basicamente, isto atropela tudo o que lhe aparece à frente.

O que se ouve aqui é uma miscelânea de Hardcore furioso (Converge vem-nos logo à cabeça), com algumas pinceladas metálicas a puxar para Entombed e, a espaços, algum Grindcore. Tudo isto junto é um soco no estômago. O primeiro tema “Fucking Viva” serve apenas de aquecimento para o que aí vem. Nos dois temas a seguir, “Targets” e “Angles Anonymous In Transit”, estes gajos atiram-nos com tudo o que conseguem com uma velocidade e pujança que intimida. O som é poderoso, como tem que ser, com um travo a sujidade nas guitarras a fazer lembrar a cena death metal sueca do início dos anos 90 (Entombed, Dismember, por aí fora), o que a mim me apraz. A voz encaixa bem em tudo o resto, e não varia porque também não necessita.

A cavalgada e a barbárie continuam nos temas seguintes, com excepção ao sétimo tema e especialmente ao último, “Mission Convincers”, que se distingue dos demais desde já pela sua duração, mas não só. Aqui tudo desacelera e um riff arrastado mói-nos a cabeça (no bom sentido) até ao desvanecer definitivo. Toca a carregar no play outra vez. Álbum monstruoso. O meu mais recente vício.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

horns and fists up!

Pois é! É este o espaço que vai servir para dar atenção a todo e qualquer desvario musical que valha a pena, mormente no que diz respeito ao metal e hardcore. Álbuns, concertos e coisas que tais.

Alucinogénios sonoros e prosa da boa vão estar aqui de mãos dadas e aos beijinhos. Esperamos entrelinhas que contribuamos para o cultivo da vossa lavoura musical, pois é também para isso que nos damos ao trabalho.

Desejo-vos, daqui em diante, gostosos headbangs.