sábado, 12 de setembro de 2009

the black dahlia murder - deflorate


Não engano ninguém ao dizer que este “Deflorate” pode ser visto como um “Nocturnal” versão 2.0. Este álbum é como que uma sequela do anterior, mas ao contrário do que é habitual, esta não fica aquém das expectativas. Dificilmente trará ideias inovadoras. Mas é na capacidade de dar a volta ao texto, olhar para as coisas de maneira diferente e na imaginação que está o ganho desta banda, fugindo a sete pés da repetição à qual o estilo se confinou.
A primeira sensação é de esmagamento. De desorientação febril. A banda embruteceu ainda mais. O extraordinário é que não perdeu o fio à meada do seu sentido melódico e continua uma máquina inventora de riffs pujados de bom gosto e ao melhor estilo de Gotemburgo. Cada tema é uma amálgama dos ditos, ora compassados, ora sombrios, sempre construídos e ordenados de forma bastante engenhosa e atraente. Oiçam a “Necropolis” e venham-me dizer o contrário. Talvez dos melhores exemplares musicais alguma vez criados pela banda. A brutalidade aconchega-se à noite mais vezes que o esperado. “Christ Deformed” surpreende pelo seu espírito diabólico e maligno. É só a música mais negra que estes fizeram. Sempre achei os solos o ponto mais fraco do grupo. Até aqui. Neste registo surgem muito mais fluidos e inspirados e não encaixados às três pancadas como parecia às vezes. A bateria está melhor que nunca e confere um peso aos temas de contornos quase insustentáveis. É uma das principais atracções deste disco, assim como a foi no anterior. Põe-se termo a este festim com uma gentileza bestial. “I Will Return” não está ao nível da “Miasma” para fechar álbuns, mas anda lá perto, o que já é dizer muito.
Este álbum acaba por ser um passo em frente e não um ao lado. Ainda não estão a viver à custa dos rendimentos e ainda não foi agora que lançaram um registo menos inspirado. O gozo que me dá ouvir estes tipos é tremendo e continua intocável. Dia 28 de Janeiro vão estar disponíveis para português ver.

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