domingo, 30 de agosto de 2009

iron age - the sleeping eye

É este feeling old school que me puxa.
Raras são as bandas que hoje em dia conseguem reproduzir fielmente essa coisa inefável que é o espírito old school e ainda assim não soarem apenas e só a saudoso revivalismo. Neste “The Sleeping Eye”, os Iron Age conseguem entrar para esse restrito lote de forma categórica.
A espinha dorsal do segundo disco destes texanos é toda ela de metal. O Hardcore visível no álbum de estreia de 2006 aparece aqui disperso e mais em forma de Crossover do que outra coisa qualquer. As músicas geralmente passam a barreira dos 5 minutos ou ficam lá perto pelo que não esperem petardos de Hardcore de 2 minutos. Não se chateiem por tão pouco.
Este é o melhor álbum dos Metallica desde o “…And Justice For All”. Tenho dito. Embora não tenha a mesma genialidade, há aqui riffs que parecem saídos das mãos do Hetfield quando ainda ostentava um cabelo à homem e o Thrash lhe corria nas veias. Até os solos vêm carimbados com a mesma marca. Não vejo actualmente outra banda sobre a qual pudesse fazer tal comparação.
Mas este não é um Thrash pelo Thrash. As coisas não são feitas by the book. Tão depressa estão numa intensa luta de quem dá à palheta mais rápido, como sem avisar passam para ritmos dignos de uns Cro-Mags, momentos doomish e outros até épicos. Tudo surge de forma bastante mais simples e genuína do que seria de esperar. A alma de banda de garagem ainda lhes pertence. Talvez por isso se pedia uma produção mais suja, embora esteja imaculada como está. Gostos.
Mas é a qualidade e o apelo à nostalgia dado pelos riffs, o segredo deste “The Sleeping Eye”. De natureza simplista, sem qualquer devaneio técnico inusitado, mas esmagadores e catchy até ao tutano. Impossível ficar-lhes indiferente para quem cresceu a ouvir o Thrash dos 80.
É certo e sabido que se vive, de há uns tempos para cá, uma época de renascimento do Thrash mais antigo. Modas. Quando for altura de separar o trigo do joio, não tenho dúvidas de que lado os Iron Age vão estar. O mais engraçado é que tenho a clara sensação de que a banda ainda não atingiu o ponto de rebuçado. Fico a aguardar ansiosamente. Agora deixem-me voltar a carregar no Play.

0 comentários:

Enviar um comentário