sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

persistence tour 2009 - Eindhoven (parte II)

A segunda parte do dia era aquela que trazia os nomes mais sonantes. Já se sentia aquele cheiro a New York do outro lado da sala, e então fui até ao palco principal. O costume, entra o Stigma de guitarra em punho, e o resto da turma de Agnostic Front ocupa os seus lugares no palco. Infelizmente a minha previsão estava certa, foi um set recheado de temas do novo álbum, e pouco espaço sobrou para os clássicos. Ainda assim, deu para muito sing along e matar saudades daqueles pits com pogo à antiga ao som da “Crucified”! The good old classics never get old.

Próxima banda - Death by Stereo. Nunca tinha visto estes rapazes ao vivo, e o pouquíssimo que já tinha ouvido nunca me convenceu. O concerto em nada ajudou a melhorar esta imagem. Desculpem-me os fãs, mas se eu quiser ir ver palhaçadas, vou ao circo. Com 30 ou 40 minutos para tocar, eu, sinceramente, dispenso ter que ver as magnificas provas de talento de um guitarrista que consegue beber uma imperial de penalti. Fazer teatros entre músicas? Epá, não, para mim não dá mesmo. Voltando à música, foi um concerto competente, via-se muita malta a saltar dum lado para o outro, o vocalista, num novo acto encenado, veio até ao público já depois das grades, o que até criou um bom feeling, e quanto a setlist escolhida, não me posso pronunciar pois esta nunca foi a minha praia.

Agora era som para os de barba rija. Napalm Death é o tipo de banda que não me apanham a ouvir num mp3, mas que sempre disse que poderia ver ao vivo a título de curiosidade. Não fiz questão de ir lá para a frente, ou sequer assistir ao concerto todo. De dizer que a sala estava bem composta para ver os ingleses. Demasiado rápido e brutal para mim, maravilhoso para muitos outros que lá estavam. O público aderiu, participou no concerto com pits lá na frente, e no final dava para ver que o pessoal estava satisfeito. Estes definitivamente não eram a minha onda.

À semelhança do que já tinha assistido em Portugal há uns anos, os Evergreen Terrace portaram-se bem ao vivo. Não sendo eu um fã da banda, não vibrei particularmente durante o show, mas ainda assim, dá gosto ver quando o pessoal que realmente gosta da banda tenta dar o melhor de si para trazer um bom feeling ao concerto. Notou-se no entanto o peso da hora de jantar, e talvez daí se explique o bom ambiente no concerto, pois aqueles que lá estavam pareciam realmente ser aqueles que acompanham a banda. Foi um bom show, mas que poderia perfeitamente ter sido trocado por Agnostic Front na sequência de bandas.

Novamente a responsabilidade passava para a velha guarda! Depois do concerto que deram em Corroios este ano, à partida já sabia que as probabilidades de sair desiludido deste show eram imensas. No palco principal estavam os Biohazard. Tendo em conta que não poderia esperar muito, o concerto acabou por ser uma agradável surpresa. Sala agora completamente cheia. Dão-se os primeiros acordes e somos automaticamente transportados para o passado! Tocaram-se temas dos três primeiros álbuns da banda para definitivamente prender o público ao sing along, e reservou-se um quanto tempo para um novo tema que estará para sair brevemente. Momento glorioso foi também a cover de Pantera em nome de Dimebag. Não me lembrava da última vez que tinha ouvido a “Mouth for War”. A prestação dos nova iorquinos terminou como deveria terminar – “Punishment” e a “Hold my Own”. Dos melhores concertos da noite.

O cansaço já se tinha apoderado de mim pela hora em que os Born From Pain subiram ao palco. Basicamente o mesmo que aconteceu em Portugal à pouco tempo. Prestação muito enérgica da banda, música bem tocada, mas como sempre, nada de novo. A parte boa é que em festivais destes facilmente encontramos fãs acérrimos de todas as bandas, e estes geralmente ajudam a dar outra dimensão aos concertos. Foi o que aconteceu.

A noite terminou com os Ignite a subir ao palco. Longe vai o tempo em que dava atenção à banda, e já os tendo visto duas vezes, esta terceira pouco ou nada me motivava. A sala continuava cheia, e sinceramente fui dos poucos a arredar pé antes de o concerto terminar. Fiquei tempo suficiente para ver várias faixas do “Our Darkest Days”, e temas mais famosos como “A Place Called Home”. A entrega em palco é muita, o vocalista tenta sempre passar alguma mensagem, mas sinceramente é uma banda da qual me fartei. Fiquei cerca de meia hora e fui-me embora.

No final do dia, para além de estar completamente estoirado, levava comigo a memória de um dia bem passado. A realidade de festivais quando se está fora, é bem diferente daquela a que me fui habituando em Portugal. Tudo surge em ponto maior, e tudo parece menos familiar. Próxima paragem – Amesterdão, Heineken Hall para ver Dropkick Murphys com Sick of it All. Mantenham-se atentos.

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