domingo, 14 de junho de 2009

suffocation - blood oath


Apanhando o comboio do último post, vamos a uma das bandas que ajudaram a construir primordiais afinidades entre o Death Metal extremo e o Grindcore. Verdade seja dita, estes gajos são grandes. Não lhes reconheço um álbum mau em 20 anos de carreira, e quem os viu no ano passado em Corroios (uma das coisas mais brutais e míticas que vi naquele palco) reconhece de caras a paixão que ainda lhes sobra pela cena.

No “Blood Oath” não há surpresas. Corrijo-me. Há uma. A que já não deveria ser, mas que lá sobressai quando pensamos no assunto. Duas décadas a serem fiéis a si próprios e ainda são capazes de inventar mortíferos petardos como este. Não sei bem explicar, mas isto soa-me muito old school, mas também a novo perfume. Ou seja, este é um álbum que não destoaria no início de carreira da banda, e que, ao mesmo tempo, tem um je ne sais quoi que o torna fresco e não apenas mais um déjà vu.
Não há que ter receio em dizê-lo. Os “velhos” ainda conseguem ombrear com o que de melhor se faz no género nos dias que correm. Os riffs têm a mórbida marca Suffocation impregnada, bem como os insanos solos que muita das vezes não passam de masturbação sonora da guitarra, mas que vai de encontro ao caos sangrento que aqui se vive. Sempre admirei o facto de acrescentarem outros estilos de som ao seu Death Metal bruto e técnico, aliás foram pioneiros no que a isso diz respeito. Esperem por isso aqueles ritmos Doom em que o Frank Mullen rasteja por terrenos lamacentos, e breaks fulminantes capazes de fazer corar muita banda de Hardcore. Blast beats e viscerais pedaleiras conseguem extrair de mim o que de mais animalesco existe. Objectivo atingido. Esta é uma sova daquelas.

Se entrarmos em comparação com o anterior registo, se calhar falta aqui um “Entrails of You”, ou seja, um tema que seja anormalmente orelhudo e que se cole logo à cabeça. No entanto acho este “Blood Oath”, mais consistente, homogéneo, e até melhor produzido. Um álbum digno da banda que é e daquilo que representa.

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