segunda-feira, 8 de março de 2010

at the gates - slaughter of the soul (1996)


Já não me lembro como fui ter com este álbum, mas cedo se tornou um dos meus favoritos de sempre, e perder esse estatuto está tão perto como eu ganhar o euromilhões. As internetes dizem que a probabilidade disso acontecer é de 1 para 76.275.360 e eu acredito. Quanto à comparação, se pecar, é por defeito.
Digamos que tal pensamento, de heresia “At The Gatesiana”, nunca me passou sequer pela cabeça até este momento em que me encontro a escrever. Agora que o faço, acho insultuoso e insolente. A minha veneração por At The Gates e, especialmente, por este álbum é, digamos, é enviesada, zarolha, cega.


Numa altura em que o metalcore é que estava a dar, este disco pulverizou todo e qualquer interesse que poderia vir a ter por 99% das bandas que na altura surgiam. O que os putos dessa vaga tentavam fazer, já os suecos tinham feito e elevado ao expoente máximo, quase 10 anos antes. Ah, e sem breaks daqueles que vocês sabem.
Sobre o álbum propriamente dito, por muita volta que lhe dê e por mais vezes que o ouça, não mudava nada. Os três primeiros temas formam uma das sequências mais perfeitas que ouvi. A agressividade e rapidez dos temas deixa-me ainda hoje atordoado em menos de nada, mas são os contornos melódicos anormalmente apurados que formam a clivagem deste álbum para outros. Cada riff faz amor com alguma parte do nosso cérebro, tira-nos do sério, acelera-nos o sangue, esbugalha-nos os olhos, abate-nos o corpo, chupa-nos até ao tutano, e no fim lá vem aquele sorriso de criança e aquela sensação de aluamento. Há que repetir. Os movimentos de solavanco e de benquerença seguem-se a uma cadência e uma pujança perversamente corrompidas pela tentação humana e mundana. É isto que nos traz por cá.

Pouco depois de terem lançado este álbum, ainda no mesmo ano, os At The Gates, enquanto banda, terminaram. Reuniram-se há dois anos para dar uns concertos e ganhar uns cobres durante um Verão, mas decidiram não gravar nada de original, e ainda bem. Preserve-se o legado.

1 comentários:

LiMpA_ViAs disse...

é provavelmente o melhor álbum que alguma vez me deste a conhecer!

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