terça-feira, 24 de março de 2009

16 - bridges to burn


“Experimenta e vê se te faz clique lá dentro!” – Foi o que me disseram quando me aconselharam o Myspace desta banda. O nome da mesma, por si só, deixou-me curioso. Agora, aqui estou eu, a jogar bem fora do campo a que me habituei, enfrentando a desafiante tarefa de vos apresentar o mais recente álbum destes senhores. Do outro lado do Atlântico chega-nos “Bridges to Burn” dos 16. Talvez por não estar habituado ao tipo de som, não fez o clique na primeira vez que ouvi, mas fez na segunda, na terceira, e nas muitas outras que se seguiram.

Levando já 17 anos de carreira, antes de “Bridges to Burn”, os 16 contavam já com 4 full-length álbuns e para cima de 10 EP’s no seu reportório. Depois da separação da banda que teve lugar em 2003 e durou até 2007, os 16 parecem ter esquecido as divergências pessoais, e de olhos postos no futuro, apresentam-se agora como uma banda madura e com vontade de continuar o bom trabalho que haviam feito durante os anos 90. Prova disso, foi o lançamento deste álbum, visto unanimemente pela crítica, como o trabalho mais consistente da banda até à data.

A julgar pela qualidade do álbum, ninguém diria que a banda esteve parada durante os últimos anos. Na sua essência, o som que nos é oferecido, enquadra-se dentro do Sludge, que desde sempre caracterizou a banda, salpicado aqui e ali com alguma sonoridade Hardcore. Guitarras de som refinadamente sujo, que remetem para o Southern Rock, períodos de impiedoso Breakdown, e uma voz desesperadamente agressiva, que tanto lança gritos mais Hardcore, como se deixa arrastar pelo pesado ambiente que a guitarra e baixo criam. Tudo isto misturado, cria a receita para um álbum de qualidade superior.
As faixas estão assentes numa construção e numa estrutura, que na sua maioria, não variam muito ao longo do álbum, o que, após sucessivas audições do mesmo, poderá tornar-se algo cansativo. Nada de demasiado grave. Ponto comum entre os 12 temas é a genialidade dos riffs. Uns atrás dos outros, pesados e sujos, os riffs da guitarra embalam-nos num inevitável headbang, que só tem descanso nos pequenos intervalos entre cada faixa. Fiquei imediatamente apaixonado pela guitarra em "Man Interrupted".
O arrastar das músicas deixa vir ao de cimo uma temática que é constante durante todo o álbum. O pessimismo, negativismo e a revolta perante os falhanços da vida, são por demais evidentes na composição das letras, que têm o mérito de conseguir enquadrar o nosso estado de espírito no ambiente do álbum. Se estão radiantes, excessivamente animados ou felizes, escolham outro momento para desfrutar deste excelente pedaço de música.

Apropriando-me da palavra de outros, diria que este é um álbum que serve de perfeita introdução à música da banda, e que ao mesmo tempo satisfaz a sede de algo novo, por parte daqueles que já a acompanhavam. Nota final - 16 estrelas.

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