segunda-feira, 30 de março de 2009

ritual - beneath aging flesh and bone



Dois anos depois do seu 1º lançamento, esta banda alemã apresenta-nos o seu mais recente trabalho - “Beneath Aging Flesh and Bone”. Relativamente novos nas lides do Hardcore, os Ritual são um quarteto de jovens alemães, que a passos largos, procuram afirmar-se no panorama do Hardcore europeu. Seguindo a mesma linha do seu primeiro álbum – “Wolves” - os Ritual apresentam-se novamente com um Hardcore moderno, caracterizado sobretudo pela melodia imprimida pela guitarra, sendo que agora, tudo é feito numa toada que transparece uma maior maturidade.

Confesso-vos, com a maior das sinceridades, que fui apanhado desprevenido por este álbum. Longe de poder ganhar um prémio de inovação, e ainda distante do patamar da genialidade, trata-se de um álbum de Hardcore que cai estupidamente bem nos nossos ouvidos. Se em grande parte o Hardcore vive da energia e do espírito que se faz viver nos concertos, há que dar o mérito a álbuns como este, que de forma quase instantânea, nos fazem fechar os olhos, transportando o nosso corpo para um concerto imaginário dentro da nossa cabeça.

Numa introdução de cerca de 1 minuto e meio, guitarra e baixo aquecem, abrindo as portas para uma portentosa entrada da bateria e da voz. Durante a segunda e terceira faixas, rapidamente nos apercebemos daquilo que podemos esperar deste álbum. Música bem tocada, uma voz raivosa que facilmente se encaixa nos instrumentos, e acordes que viciam de tão rítmicos que são. De água na boca, chegamos à quarta faixa – “Guilt Will Get You Anyway” – e é aqui que surge o primeiro dissabor do álbum. Começa-se a desenhar um riff excessivamente familiar, e deixando de parte toda e qualquer inocência dos músicos da banda, rapidamente nos apercebemos que estamos perante uma fotocópia da guitarra de Pantera em "I’m Broken". Apesar de se tratar apenas do riff inicial do som de Pantera, exigia-se aos Ritual uma maior criatividade, e a consciência de que uma imitação de Pantera dificilmente passa desapercebida a alguém que goste de música pesada.
Para minha surpresa, chegamos a meio do álbum, e aqui, é-nos apresentado um som mais pachorrento. “The City Lies in Quiet Sleep” apresenta-se como algo distinto do que se havia ouvido até ao momento. Um som lento e arrastado, seguido de perto por uma letra introspectiva, que culmina com gritos de desespero por parte do vocalista.
Admitindo alguma subjectividade na minha opinião, chegamos ao ponto mais alto deste álbum. One step, two step! “The Ghost in You” inicia-se com uma guitarrada que suplica pelo movimento do nosso corpo, e que cresce ora para períodos mais lentos, ora para tempos mais rápidos. Excelente.
Antes de o álbum terminar, sobra ainda tempo para ouvir uma faixa meramente instrumental, que juntamente com a última música do CD, deixa adivinhar um gosto da banda em fazer algo diferente num futuro próximo.

São álbuns como este, que rapidamente me tiram do conforto do meu sofá, e me levam até às salas de concertos. Ouvi, ouvi e ouvi, como se de um Ritual se tratasse. Experimentem.

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