sexta-feira, 27 de março de 2009

god forbid - earthsblood


Quando o Metalcore era a moda do momento, uma das bandas que me merecia mais atenção eram estes God Forbid. Ainda hoje acho o “Determination” um álbum do catano. De lá para cá, o dito estilo passou de adorado a condenado, e a maioria das bandas da altura tentam agora sobreviver da melhor maneira que sabem. Digamos que estes gajos o souberam fazer como poucos, criando, ao mesmo tempo, uma identidade bem própria. Já no registo anterior, “IV Constitution Of Treason” a vontade de fugir aos paradigmas do passado estavam patentes, mas é neste “Earthsblood” que conseguem ser mais incisivos nessa ideia.

É por isso complicado definir este registo no que toca a um género, ou vários. Vamos por partes. O primeiro tema a sério, “The Rain”, abre qual Death melódico, agressivo q.b., com vozes limpas embrulhadas num refrão orelhudo (aspecto que não é novo para a banda e que é, até, bastante recorrente), tudo envolto numa aura algo negra. O tema seguinte já se deixa levar mais pelos encantos do Thrash, embora timidamente, já que logo foge para breakdowns e para outro tipo de carícias mais doces. Os guitarristas Doc e Coyle, peritos na arte de bem solar, não perdem tempo para mostrar o que valem. Mel para os ouvidos. Tons mais negros e gélidos voltam na “The New Clear”, para logo a seguir nos espetarem com os 3 minutos e meio mais furiosos do álbum. A certa altura, e inadvertidamente, damos por nós a soltar o cantor que há em nós na “Walk Alone”, tal a sensibilidade melódica dos bichos para o refrão peganhento. Ainda têm tempo para, já a finalizar, introduzir guitarras acústicas por entre pedaleiras duplas, num épico de 9 minutos que dá o nome ao disco.

Como podem perceber, não é por falta de diversidade musical que se irão fartar disto. A produção foi arranjada de modo a que não se sinta uma migalha de pó, o que vem adoçar a considerável técnica de todos os elementos, para quem gosta destes pormenores. A competência é-lhes familiar. Não. Não é nada de transcendente, nem nada de novo. É bonitinho e entretém, para desenjoar de cores mais soturnas.

0 comentários:

Enviar um comentário