quinta-feira, 2 de abril de 2009

mastodon - crack the skye



They did it again. Desta vez de maneira bastante diferente. Tão diferente que cheguei a sentir alguma urticária nas primeiras audições, condição que deve ter sido comum a muito boa gente que os venera. Ponham de parte, por momentos, a falta de asseio e a rispidez dos rapazes no “Leviathan” e afins. Estes Mastodon estão diferentes só porque sim. Porque lhes apetece. Porque as têm no sítio. Porque de limites vivem os outros.

Ora bem, arranca o primeiro tema e percebe-se logo nos acordes iniciais que o som está muito mais polido do que é habitual. Ok. Entra depois uma voz cristalina, demasiado bem-parecida. Mau Maria… As guitarras nem se esforçam para ter um peso apresentável aos ouvidos de um metalhead que se preze. Ultraje! Chama-se “Oblivion”, e é sexy como tudo. Reminiscências passadas surgem-nos logo a seguir com a “Divinations”, mas apenas de passagem. Consegue ser o tema mais agressivo e directo do álbum, com um refrão que agarra à primeira e custa a sair.
A partir daqui entra-se, a miúdos, numa odisseia de sons progressivos mergulhados em ácidos e outras substâncias psicadélicas. Surgem de surpresa teclas, coros e até uma pandeireta, novos actores que enfeitam um filme que tanto percorre ritmos dançáveis (!) e texturas asiáticas, como nos mandam à cara a poeira do Southern misturado com Rock de raízes declaradamente clássicas (atenção ao solo de guitarra da “The Czar”). Tanto assim é, que arrisco dizer que até o meu pai na sua fase jovem e maluca do Prog-rock era capaz de ouvir isto.
Tecnicamente continuam impecáveis e imaginativos. A bateria do Brann teima em ser inquieta, e os senhores Bill e Brent procuram riffs de encher o ouvido e estruturas complexas mas agradáveis. Às três vozes do disco, - o Brann desta vez também canta - quase sempre num tom limpo e suave, junta-se uma quarta mais rasgada, do Scott Kelly dos Neurosis, no tema-título do álbum, o que, apesar de não ser nada de novo, é sempre de salutar. Para fechar, um mastodonte de 13 minutos de seu nome “Last Baron”, que, para alem de ser uma bela besta de música, resume um pouco o que acontece durante o álbum.

“Crack The Skye” corre o risco de desiludir alguns dos fans mais acérrimos da banda, por se demarcar de forma tão categórica dos anteriores registos. Enganem-se aqueles que estão a pensar que estes são mais uns que já se venderam. Estão menos pesados, é certo, mas não necessariamente mais acessíveis.
Longe de criar uma grande impressão à primeira audição, este álbum cresceu assustadoramente para níveis que eu não imaginava à partida serem possíveis. Primeiro estranha-se, depois entranha-se, já dizia o poeta. Resultado: um vício pegado.

2 comentários:

BaZ disse...

Dark side of the moon do METTAALLL!!!

p{H}antasma disse...

Epa então não é que tinha acabado de iniciar o download do álbum precisamente de vir aqui?! :D

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