domingo, 12 de abril de 2009

your demise - ignorance never dies



As colunas do meu quarto tiveram que se cansar deste álbum antes que eu pudesse escrever o que quer que fosse sobre o mesmo. Demorei algum tempo para me decidir se realmente deveria, ou não, escrever sobre este álbum, mas o que é certo, é que aqui estou, e é com grande prazer que vos apresento "Ignorance Never Dies" dos Your Demise.

Vindos directamente da "terra de sua majestade", os Your Demise são um grupo de 5 jovens que conta já com alguns EP’s e várias tours no seu currículo. Apesar de serem uma banda com pouco mais de 6 anos de existência, os Your Demise passaram já por várias, e significantes, alterações de line-up, o que, em circunstância alguma, afectou a qualidade do trabalho desenvolvido. Com alguma previsibilidade, "Ignorance Never Dies" surge como o melhor registo da banda até à data.

Este é um álbum, que na sua maioria, não acrescenta muito àquilo que já foi feito por outras bandas, mas que, ainda assim, revela alguns apontamentos e pormenores dignos de registo, podendo qualquer ouvinte esperar uma produção de qualidade superior.
Um Hardcore poderoso, que de peito para a frente, devasta tudo à sua passagem. Alternando entre o peso de tempos mais lentos, e períodos de uma rapidez destruidora, este álbum oferece-nos a banda sonora ideal para dias em que a fúria se apodera de nós, e a vontade de destruir algo nos começa a correr nas veias.
Assim que a música começa, somos apresentados à faixa que dá o nome ao álbum, que em minha opinião, pouco ou nada faz para além de introduzir as 13 faixas seguintes.
Já merecedora de um clip catita, segue-se a “Burnt Tongues”, que marca em definitivo o início do álbum. Uma faixa bem conseguida, que nos seus períodos mais melódicos, me fez lembrar o som dos Comeback Kid (quiçá influências que despertaram durante a tour conjunta que as bandas fizeram).
A voz do vocalista, acompanhada de alguns momentos de group vocals, entrega a mensagem da forma que se exigia. Uma voz forte e furiosa que facilmente vai ecoando por entre o rasto de destruição que bateria, guitarras e baixo vão deixando para trás.
O álbum prossegue com algumas faixas de nível mediano, interrompidas aqui e ali, por outras de um nível mais sedutor.
Chega a altura de falar sobre o apontamento que, de forma corajosa, a banda decidiu introduzir no álbum. A ousadia da banda consistiu em fazer um convite a 3 amigos produtores nas áreas do Dubstep e do Drum&Bass, para que estes participassem no seu novo álbum. Basicamente são 3 interlúdios encaixados estrategicamente por entre o resto das faixas. Um mais curto, que praticamente nos passa despercebido, e dois maiores que naturalmente “dão mais nas vistas”, e que a meu ver, abrem as duas melhores faixas do álbum – “The Clocks Aren’t Ticking Backwards” e “Black Veins”. A primeira vez que os loops e samples interromperam a brutidade do álbum, estranhei. A ideia do crossover entre Hardcore e este tipo de som pareceu-me um disparate, se bem que neste caso, não é de crossover que se trata, pois estes 3 momentos do álbum não têm qualquer intervenção por parte dos elementos da banda. Decidi então que tinha que largar o meu lado mais conservador, e inevitavelmente, acabei por me render à qualidade e à diversão que estes novos elementos vieram acrescentar ao álbum. O que a alguns puritanos do Hardcore poderá soar completamente descabido, a mim, acabou por trazer uma satisfação acrescida na audição deste álbum. Arriscaram bem!

Estoirem as colunas da vossa casa, ou os phones nos vossos ouvidos, e daqui a 3 meses, aproveitem para ver a banda ao vivo, que tem já duas datas agendadas para Portugal. Hurray!

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2 comentários:

Timóteo de Azevedo disse...

a musica de dubstep é dum gajo chamada Culprate! ;)

Timóteo de Azevedo disse...
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