domingo, 26 de abril de 2009

pulling teeth – paranoid delusions/paradise illusions


Após duas violentas descargas de Thrash/Hardcore e de terem, assim, conquistado um lugar ao sol no underground canadiano, os Pulling Teeth mudam-se agora para paragens mais demoradas, mais contemplativas, sem nunca perderem o rumo à raiva. No fundo, concretizam algumas das ideias deixadas no ar no último registo, “Martyr Immortal”, de peito aberto para as balas que se adivinham por parte da malta que chora cada vez que a “sua” banda experimenta fazer algo de diferente.

Se a veia metálica destes rapazes já palpitava nos anteriores trabalhos, neste “Paranoid Delusions/Paradise Illusions” esta torna-se por demais evidente e chega a encostar a um canto a outra, a Hardcore. A toada lenta da faixa inicial, “Ritual”, suou-me muito bem, antes sequer de me soar estranha. Embora atropelado por uma cavalgada capaz de fazer corar algumas bandas Thrash que por aí andam, o ritmo teima em desacelerar para jurisdições onde o Doom é rei e tem como servos sintetizadores que ajudam a tornar a coisa mais épica. Pesado e lúgubre, serve de baloiço para as nossas cabeças. É por estes lados que passeamos, até que surge “Bloodwolves”, um senhor tema que nos faz lembrar, para o caso de nos termos esquecido, que os Slayer rockavam forte e feio. Esta doidice acaba por dar lugar a uma das melodias mais tranquilizantes e, ao mesmo tempo, mais inspiradas do álbum. Era este o melhor tema do álbum, não fosse uma coisinha estranha chamada “Paradise Illusions”, aparecer-me pela frente. 9 minutos de alienação musical que começam com pássaros cantores, passam por berros de dor e desespero, e acabam numa explosão de Doom ao nível do melhor que ouvi este ano, adornado com solos que só fazem é bem à saúde. Depois vem a maior (única?) pecha do álbum. Passados cerca de 25 minutos e apenas 5 músicas, o dito acaba de forma quase que cruel para quem ainda ia a meio da viagem. Para este caso, a opção de repeat parece ser a melhor solução, até porque me parece que este é daqueles exemplares com capacidade para perdurar algum tempo na nossa playlist.

Este álbum é um ás de trunfo puxado na altura certa. Um grito de maioridade. Uma posição de diferença. Embora a voz do Mike Riley não nos deixe esquecer as raízes core da banda, a verdade é que os Pulling Teeth não se quiseram acomodar a um estilo que já lhes tinha granjeado alguma notoriedade. A atitudes destas, brindo eu.
No Hell. No Heaven. It´s all just illusion.

Download

0 comentários:

Enviar um comentário