segunda-feira, 4 de maio de 2009

2 de maio, musicbox - men eater + löbo



Esteve cheia a casa. Não só de pessoas mas também de expectativa em relação às novas malhas de Men Eater, acabadinhas de lançar um dia antes. O caso não era para menos, ou não fosse a banda uma das mais aclamadas do nosso underground (e com razão), capaz de juntar malta de vários estilos da música pesada. Foram superiormente secundados pelos Löbo, grupo mais do que interessante e já aqui falado.

A MusicBox começa a tornar-se um caso exasperante em termos de cumprimento de horários. Desta vez foram “só” duas horas de atraso. Coisa pouca.
De forma bastante simples, tímida até, os Löbo deram entrada em cena e o primeiro acorde deve ter assustado o presente mais incauto, não só pela força do mesmo mas porque o som estava demasiado alto, e por aí manteve-se. Confesso que a minha curiosidade repartia-se de igual modo pela actuação dos Löbo e pelos novos temas de Men Eater. Já aqui havia dito que esta banda tem um encanto especial. Esta minha ideia foi mais que confirmada em palco. Basta olhar para as caras de cada um dos elementos da banda, ora de olhos fechados, ora num abanar de corpo que começava pelo pescoço, ora com um esgar de paixão a cada nota apregoada. A intensidade é palpável e impressiona para quem os olha a poucos passos de distância, de tal modo que me arrepiei em alguns momentos. Também houve quem tenha bocejado. Natural, digo eu, dado que este tipo de som não é para todos, isto sem qualquer ponta de superioridade musical ou intelectual. Actuação em crescendo durante cerca de 30 minutos, e que por isso, acabou quando já estava mais que confortavelmente embrulhado naquela onda sonora. Curtos no set, grandes no sentimento.

Não esperava eu outra coisa senão uma boa prestação dos rapazes que viriam a seguir. Não esperava concerteza uma tão enérgica e irrepreensível. A verdade é que esta foi a quinta vez que os vi, e estou tentado a dizer que foi a melhor. Os temas novos que ouvi no myspace da banda, que até nem me tinham impressionado por aí além, ganham outro poder e outra chama ao vivo que sinceramente não estava à espera. Foi precisamente por esses dois temas que começaram a investida que me pareceu bem mais rockeira e menos sludgy, toada que me pareceu estender-se à maioria das músicas do novo álbum, mas conclusões dessa estirpe hão-de ficar para outra altura. Às malhas novas interpunham-se resquícios do “Hellstone". Não direi que lhes foi dada uma nova roupagem, mas antes um novo folgo, dada a pujança e confiança com que foram tocadas. “Lisboa” continua a ser um momento à parte do resto do concerto. Especial. O público pareceu-me um pouco amorfo face à fome de palco que a banda demonstrava e ao gozo que se lhes via estampado em cada nota, talvez esmagados pelo inadvertido em que toda a situação se tornou, ou então a querer apreciar atentamente o material novo. No entanto, o estender do pescoço em uníssono foi prática mais que comum. Assim se passaram 50 minutos, de um concerto que, arrisco dizer, poucas bandas portuguesas do nosso underground conseguirão dar com tal desenvoltura, sem quebras, e com tamanha classe. Os Men Eater estão em boa forma e recomendam-se.

De salutar a casa cheia e o bom ambiente. Mas principalmente de salutar bandas destas, portuguesas, que merecem todo o nosso apoio pela música que nos vão servindo.

1 comentários:

Vanessa disse...

ora aqui está um show que tive pena em perder.
queria muito ouvir as cenas novas dos men eater.
em relaçao aos atrasos do musicbox começa a tornar.se um alto exagero!

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