sexta-feira, 22 de maio de 2009

hoods - pit beast


Continuam reais. Continuam fiéis à cultura que os viu crescer. Os rapazes de Sacramento voltaram, e nas costas carregam o peso de um novo álbum, de seu nome “Pit Beast”. Hardcore que conhecemos, mas sobretudo, o Hardcore a que nos habituaram.
Encabeçados pelo convenientemente chamado Mike Hood, os Hoods contam já com cerca de 15 anos de historial. Por entre vários lançamentos e tours com os melhores nomes da cena Hardcore internacional, estes rapazes conseguiram já, pelo menos, fazer o nome da sua banda figurar nas páginas que contam a história deste género musical.
As cerca de duas ou três opiniões que me tinham chegado sobre este novo álbum, não me deixaram particularmente motivado para o ouvir, mas o que é certo, é que ficaria a dar voltas na cama se não tirasse uns minutos do meu tempo para formar a minha própria opinião. Digamos que não foram minutos mal gastos!

Se tão à espera de algo inovador, capaz de redefinir o género, ou simplesmente de trazer apontamentos nunca antes ouvidos, esqueçam. Como disse, é o Hardcore a que nos habituaram. Um menu de 11 temas que nos serve faixas rápidas, agressivas, e que sobretudo deixa transparecer o gozo com que a banda continua a fazer música, sendo o título da faixa “Let’s Have Fun” bastante elucidativo desse prazer. Podem cá andar mais 15 anos que duvido que nos tragam algo diferente do que aquilo que aqui ouvimos, mas sinceramente, não creio que precisem de o fazer. As peças estão bem oleadas, tudo funciona da melhor maneira, e o resultado acaba por ser inevitavelmente bom. Talvez não tão excitante como títulos de outros tempos, mas ainda assim, suficientemente bom para não desiludir os fãs.

“I wanna circle pit, I wanna circle pit, I wanna circle pit! Mosh, mosh, mosh, mosh!”
A sonoridade do álbum não deixa esconder as influências da escola da velha guarda de New York, facto pelo qual eu agradeço. Fazendo jus ao nome do CD, as faixas parecem ter sido especialmente preparadas para aqueles que gostam de se mexer em concertos. Entre as rápidas moshparts e os furiosos breakdowns encontram-se ainda várias partes 2-Step, que, aliadas aos constantes gangshouts espalhados por entre as faixas, evitaram que me aborrecesse enquanto ouvia o álbum.
Numa altura em que a cena Hardcore parece cada vez mais angariar os chamados fashion victims, Mark Hood faz deste álbum um meio para canalizar todo seu descontentamento perante esta situação. Em faixas como “Punk’s Dead – Emo Kids Next” ou “Nunchuck”, as letras insurgem-se contra aqueles que fazem das suas roupas o seu Hardcore, e ainda contra aqueles que, após muito treinarem frente aos espelhos lá de casa, fazem dos seus melhores movimentos em concertos, a fonte de todo o seu status.
O álbum termina com uma bonita dedicatória ao duo composto por Vinny Stigma e Roger Miret de Agnostic Front, em que os Hoods nos apresentam uma cover da imortal “Friend or Foe”.

Não tão bom quanto um “Pray for Death”, este “Pit Beast” entreteve-me o suficiente para me fazer escrever esta pequena review. Não podendo prometer-vos nada de extraordinariamente bom, acho que quem tem acompanhado o percurso da banda, deve sem dúvida tirar algum tempo para ouvir este álbum. Já aqueles que não a conhecem, têm aqui uma boa oportunidade para o fazer, podendo depois passar à exploração dos registos mais antigos da banda.

1 comentários:

André disse...

Boa review! Thanks, mesmo assim acho que fico pelo Pray for Death! ;p

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