domingo, 17 de maio de 2009

slough feg – ape uprising!


De volta às raízes.
O Heavy Metal, enquanto estilo primordial, foi-se afastando progressivamente das minhas playlists habituais, à medida que ia descobrindo novas sonoridades dentro e fora do Metal. A verdade é que, aparte dos Iron Maiden, cujos discos continuo a devorar com o mesmo apetite de quando eu tinha 12 anos, nenhuma outra banda do género me cativou a ponto de me tornar seu ouvinte assíduo. Ou muito me engano, ou esse cenário está de abalada.

Chego à conclusão que andei a dormir. Estes Slough Feg vão já no sétimo lançamento, e só agora tomei contacto com eles, e a julgar pelo nome da banda, pelas capas e letras das músicas, eles próprios não se devem levar muito a sério. Longe de tentar esconder as suas influências, exibem-nas antes de forma descarada. De Iron Maiden e Judas Priest, até Thin Lizzy e Manilla Road, é um fartote old-school.
O álbum começa de forma invulgar e enganatória. “The Hunchback of Notre Doom”, é, como o nome indica, Doom muito à maneira de uns Black Sabbath. O resto do álbum não tem nada a ver com este tema a não ser pelas letras descabidas de qualquer sentido dito normal e sério. Um cheirinho a 70’s Rock vem com a “Overborn”, e o bater do pé torna-se demasiado instintivo para darmos por isso. Não me consigo cansar da “Ape Uprising” apesar dos seus 10 minutos. A revolta dos macacos contra humanos, numa festa de harmonias e solos que me deixa, mais do que entretido, viciado. Épico. A voz do Mike Scalzi tem laços íntimos com o Rock dos setenta, e não é, assim, do tipo operático que muitas vezes caracteriza este som e que afugenta muita malta, pelo que é menos uma razão para deixarem de dar uma "escutadela" nisto. Longe de alguma vez se tornar chato, o álbum segue a um nível de interesse que teima em não descer. “Simian Manifesto” e “Ape Outro” têm tatuado NWOBHM algures entre riffs saudosistas. As duas guitarras parece que batalham entre si por um lugar de destaque, e tudo é tão catchy que impressiona. Depois, o ar despretensioso e bem-disposto só lhes corre a favor.

Resumindo: esta é a prova de que é possível fazer um grande álbum Heavy em 2009, mesmo para quem, como eu, já não lhe creditava grande atenção. Vivamente aconselhado.

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