
Para quem não conhece, os Boxcutter são uma banda composta por alguns nomes já conhecidos da cena Hardcore internacional, indo o maior destaque para Mad Joe Black (Wisdom in Chains e Out to Win) e ainda James Ismean (Fury of Five). Se por um lado o som destes senhores consegue despertar grandes paixões, por outro, existe também muito boa gente que os acha insuportáveis. Facto é que dificilmente se fica indiferente a esta mistura de Hardcore e Hip-Hop que, com algum sucesso, os Boxcutter têm vindo a produzir ao longo dos anos. Após o lançamento de dois álbuns, “The Ill Testament” chega-nos como o trabalho mais bem polido da banda até à data, não sendo a maior qualidade na produção, suficiente para fazer deste o melhor álbum dos também auto-proclamados “Kings of Thugz”.
Seguindo a linha do “Pitbull Ways”, podemos esperar o chamado thugcore que caracteriza o som banda. A música continua a ser feita com coração, os vocalistas continuam a “cuspir” o seu Rap com um estilo próprio, que ao longo do álbum é alternado e mixado com a ferocidade do Hardcore. Presentes estão também faixas unicamente compostas por beats e vocals, onde, tendo que apelar à minha sinceridade, devo dizer que o resultado me parece ser algo desastroso. As faixas de Hip-Hop que aqui se fazem sentir parecem-me excessivamente forçadas e demasiado previsíveis, o que, a mim, tirou grande parte do entusiasmo com que à partida comecei a explorar este álbum. Haverá quem as ache comestíveis no enquadramento geral do CD mas poucos serão aqueles que se sentirão realmente motivados com estes registos. Em contraste surgem-nos malhas como “Crown Of Rightousness”, “History Lesson Pt.1” ou “Get Up”. Estas sim, artilhadas com guitarras musculadas, fazem aquilo que lhes compete, vincando o estilo dos Boxcutter e fazendo as delícias dos fãs da banda. Destaque para a primeira, em que a voz é repartida por mais um rapazote que se mostra cheio de garra, sendo esta faixa possivelmente um dos pontos mais altos deste álbum.
Numa avaliação geral este é um álbum bastante decente. Em minha opinião não consegue ser suficientemente bom para suplantar o “Pitbull Ways” lançado em 2003, no entanto, este novo lançamento dos Boxcutter é suficiente para manter os amantes do género entretidos durante umas quantas audições. Aqueles que nunca foram à bola com o som da banda, continuarão a não fazê-lo, mas já aqueles que gostaram dos álbuns anteriores, sem dúvida devem dar uma olhadela neste novo trabalho.
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1 comentários:
boa review, como de costume. o Pitbull Ways por acaso na altura foi um álbum que ouvi muito, mas este, pelo que li agora, ainda vai levar algum tempo a sair do zip, lol.
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